Categorias
notícia

Carnaval ostentação muda o fluxo de público do continente para a ilha

Nos últimos dois anos, com ênfase, ocorrem alterações bastante perceptíveis no Carnaval de São Luis.

Uma delas: a eliminação do circuito Beira-Mar e o esvaziamento das festividades no Centro Histórico.

Outra: a realização dos grandes eventos ostentação, com artistas de fora, cachês estratosféricos, concentrando as atividades no circuito extensão da avenida Litorânea.

Entre outras tantas variáveis, a mudança da Beira-Mar para a Litorânea está modificando o fluxo dos foliões.

Quem acompanha há muito tempo o Carnaval de São Luís sabe que no ado havia uma grande agitação nas prévias, mas nos dias propriamente ditos reservados aos festejos de Momo ocorria uma debandada geral da ilha para o continente.

São Luís ficava “vazia” porque os grandes contingentes de brincantes corriam para a Baixada e outras regiões do Maranhão, onde os festejos eram atrativos (em alguns lugares ainda são), até mesmo para torrar dinheiro público à vontade.

Mas, desde 2023, o fluxo dos foliões mudou radicalmente. O que se observa é uma quantidade gigante de pessoas do continente lotando os festejos de São Luís, atraídos pelo Carnaval ostentação: atrações caríssimas, grandes estruturas, música baiana, sertanejo, funk e outros estilos rentáveis no comércio da música e dos negócios que movimentam o período.

É como se o Governo do Estado estivesse fazendo um Marafolia 5.0, tanto pela escolha do local – Litorânea – quanto pelo estilo musical.

O resultado é que tanto nas prévias quanto nos dias carnavalescos a capital fica lotada pelos moradores locais somados à migração de foliões do continente.

A grande concentração de público ou a ser na extensão da Litorânea do tipo ostentação. Já o Centro Histórico ficou apenas com os blocos alternativos e turmas saudosas do “Carnaval de rua”, além do desfile oficial da arela do Samba, organizado pela Prefeitura de São Luís.

Diante do “sucesso” do festejo ostentação do governador, o prefeito tenta fazer algo semelhante no Anel Viário, a chamada Cidade do Carnaval, mas não é a mesma coisa da megaestrutura da Litorânea, já fidelizada pelo público.

Em resumo: a cidade mudou, novas gerações ocupam as ruas, o saudoso “Carnaval alternativo” quase não existe mais. O axé tomou de conta da Litorânea e também da maior parte do Centro Histórico.

Junto com o lixo musical, as praias também viraram uma grande lixeira de garrafas de vidro, pets, copos, latas, camisinhas (e até absorventes!), guardanapos e outros detritos contaminando a nossa orla já imprópria para banho.

A Litorânea é um grande bloco de sujo! Pelo menos no nome temos algo dos antigos carnavais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

4 + six =
Powered by MathCaptcha